Idéias sobre ideais!
Hoje fujo da retórica, não quero convencer ninguém.
Você que se convença!
Se digo “Houve uma democratização do idealismo”, por mais que Marx se remelexa na tumba, tire suas próprias ideais disso. Ou daquilo. Afinal, nos alienaram dos meios de produção, mas não do cérebro. Então segue texto...
Santos e Corinthians, venceram! Mostraram-se competentes. E mais do que isso, vitoriosos! Belos e guerreiros, deixando um recado: A ideologia tem poder. Mais do que força e garra, mostraram, aos que tem olhos para ver, a falácia do favoritismo. Começando a vencer no exato momento em que silenciaram as vozes das críticas e acreditaram ser possível.
Contrariando os muitos que pensam que a ideologia perdeu poder. Esses se referem a Força do neoliberalismo e do unilateralismo mundial como o unificador ,de águas aos que apóiam, e de córregos, aos que rejeitam. Dizem “ Vozes Altivas e revolucionárias murcharam”. E concluem “Tudo virou fenômeno da globalização!”
O mundo era bipolar. E as rodas de bar fogosamente discutiam: Socialismo ou capitalismo? Democracia ou ditadura? Daí o muro caiu. E o voto chegou. Com eles a ideologia ficou de lado. Explodida e despinguelada. Esquecida! E parecia que tudo tinha ficado meio, mais ou menos...
Apolar.
Engano!
Cazuza, equivocado, cantou:
“Pois aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste a tudo
Em cima do muro
Em cima do muro...”
As ideologias não morrem Cazuza! Apenas não são as mesmas e nem são tão barulhentas, como as que você acreditou. Alias, hoje são tantos os ideais. E tem uma Beleza louca nisso. Crie um novo agora mesmo!!!
A moeda que antes tinha duas faces, agora é um cubo mágico. Tudo é motivo ideológico. E mesmo com forças intelectuais das classes mais abastadas pressionando pra criar uma ideologia única dominadora, essa não se fez possível. Eclodiram a ideologia, mas seus pedaços germinaram. Destes, nasce uma Selva de Ideais. Os macacos que ficam pulando de galho em galho:
Nós! A força do dinheiro e das armas, já não são tão competitivas como a sutil ideologia. E os exemplos são muitos, como os verdadeiros rebanhos humanos formados com o “boom” do neo-pentecostalismo, mudando os costumes de uma nação, sua distribuição de renda e suas interações, essas que, talvez tenham mais poder que uma mudança de sistema econômico ou político. E aquela bolha da prosperidade imobiliária,
quem lembra!? Fez muitos sabichões, investirem e acreditarem que um “papel” tinha algum valor. Hoje, futebol move massas, dribla o poder monetário e bélico. Estatais, as torcidas organizadas se degladeiam pela fé de que esse ou aquele emblema estampado numa camisa colorida, seja “sua vida”. E meio sem querer o homem faz a História! (Como diria um barbudo qualquer)
O povo cria suas idéias. Viram ideologias.
O poder do tráfico é sua sintetização, bizarra. Muito mais que um poder bélico, é sim, um ideal de desassociação estatal. No subúrbio o governo não apita em nada o tráfico comanda. E essa mudança de comando foi dada não pelo poder de fogo dessas agremiações do crime. Mas sim pela ideologia que disseminaram. Afinal a sociedade os colocou à margem. E agora a margem ganha vida própria. Ideia própria. Cria asas e voa. Cria boca e engole o centro.
Bom, a chamada de texto não foi futebolista apenas pra ver se você ficava interessado no assunto. O resumo da ópera é que o Corinthians foi ideal. Deu a emoção aos devotos e sofredores torcedores. Emudeceu a arrogância da alta sociedade do futebol. Pintou o quadro da tomada da bastilha. Anunciou que a ideologia é livre. Ainda que manipuladora, mas não por classes ou por poderosos, e sim pela consciência do povo.
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Só não consegui definir, ainda, se isso melhorou ou piorou a situação global.
Deixando de lado qualquer juízo de valor...
Deixo apenas uma pergunta: