“ about me:
Pitboy que é Pitboy toma açaí no inverno.
Pitboy que é Pitboy não sai sem seus brothers.
Pitboy que é Pitboy não foge do combate.
Pitboy que é Pitboy sabe dominar uma Mulher.
Pitboy que é Pitboy opta pelo Jiu Jitsu.
Sem mais...
Se tentar vai ficar arriado!
Copia mané, vai lá, copia que eu sei que você quer.”
Mas isso foi antes. Isso veio la de trás. A tona. Com o erro da troca de fármacos a invés de injetar a sua dose de DECA semanal foi-lhe injetado cultura. Não foi imediato , mas gradual, sua mudança. Aos poucos pitombo começou a colocar uma sonzera do Mozart na porta da balada, numa vã tentativa de educar os ouvidos dos seus brothers. Estes reclamavam dizendo que isso era coisa de paulista. Por fim, teve uma serie de dissidências politicas com a galera quanto a parlamentarismo e a presidencialismo. Pitombo se sentia deslocado no grupo do açaí
Pouco depois trocou de carro. Sentia se muito comum de gol, preferiu um alfa romeu 95.Gostava das linhas arrojadas e design ultra modernista assinado por erick von gleler. Instalou um toca disco no carro, para que ele pudesse ouvir sua coleção de vinils em qualquer lugar.
Junão paulatinamente trocou, também, o açaí pelo cafezinho com petit-four importado. E já não queria relacionamentos fulgazes, buscava uma companheira , alguem que permeasse sua'lma, sentia falta disso. Idealizava um verdadeiro contato com uma mulher interessante. Por isso, de cara, já tentava descobrir se a moça o agradava. Pedia licença e delicadamente perguntava “olha tem muitos saraus aqui por perto , acho que nos poderíamos dar uma volta num deles, e discutir qual a validade do método freudiano de interpretação dos sonhos. E quais as marcas desse na psicanalise contemporânea?” ganhou alguns tapas na cara por que as moçoilas normalmente achavam que ele era algum tipo de perverção sexual. O que é plausivel de se imaginar de qualquer um que site freud.
Pouco tempo depois acabou deixando de ir para academia para ficar em casa escrevendo e mandando comentários ao editoriais de jornais, na ansia que eles fosse publicados. E isso é muito mais emocionante que fazer 3 series de 20 no packdeck . Lia semanalmente o le monde e assistia no youtube as ultimas reuniões da ONU. Incansável fazia resenhas sobre os os concertos que rotineiramente frequentava. Chegou a vender sua corrente de prata para poder viajar a boston ver a Bournemouth Sinfonetta.
Até que conheceu Shoppehauer, conheceu Nietzsch, Alvares de Campos, conheceu AUGUSTO DOS ANJOS. Sua mente abriu, não pela beleza da poesia, nem pelas artimanhas semânticas desses gênios, mas pelos esclarecimentos sobre o viver. Deixando, pela claraboia cerebral, entra a luz do conhecimento da realidade de viver. Viver é Dor. Seguir firmemente seus principios intelectuais lhe custara as amizades. Lhe custara as mulheres e as possibilidades de manter vivos seus genes. E questionava consigo se tais genes Malignos, que nele subsistiam, mereciam serem passados a próxima geração. O mundo é bosta e eu não sou ninguém. De tão bosta que era merecia o esquecimento. O isolamento. Quem saber a morte. Conhecer a vida assim nua e crua pelas palavras de Nietzsch era pior que passar um final de semana sem ir para a academia, era pior que academia fechada em dia de eleição.
Suicidio? Cogitou. repensou. Pensou que esse seria o único ato de coragem da sua fatidica vida mediocre. Nunca seria notado, nunca poderia contribuir para a sociedade. Era um peso morto. E para um peso morto nada mais digno que a morte. Mas antes de tudo morrer era voltar as origens. Por isso decide, Morrer como um pitiboy. Liga o som no talo, McFOX, prepara as barras. 100 kilos de cada lado. Acerta a angulatura e a posição de seu pescoço. Delicadamente toma uma pilula de ecstasy, a ultima. Tranqüilo se deita na prancha de supino. Levanta a barra e solta no ar.
Seu epitafio:
Haroldo dos santos junior 25 anos . Morto pela cultural. Morto pela industria. Viveu em um mundo onde os gênios morrem e os anabolizantes se proliferam como coelhos.